domingo, 1 de novembro de 2009

Um jardim

O céu estava cinzento. As poucas pessoas que restavam encolhiam-se debaixo dos chapéus. Contudo eu levava um objectivo. Não matar, mas talvez alimentar um pouco mais a saudade.
Fui avançando pela "Cidade dos Mortos" em direcção a ti. Encontravas-te rodeada pelos teus. Talvez eu lá estive quase que a mais. São momentos em que me procuro afastar.
Lá estava a tua fotografia. Sorrias. Uma rosa de bronze estava ao teu lado.
Uma escultura de uma rapariga segurando uma pomba direccionada ao céu recebia as gotas de chuva que lhe escorriam pela face como se verdadeiras lágrimas fossem...
Estavas num verdadeiro jardim, onde todos te procuraram dar as melhores flores e deixar o seu nome. E eu? Apenas um botão de rosa sem nome lá deixei, sabendo que irá ter o mesmo destino que tiveste. Um jardim cheio de vida, contudo a tua já por lá nao paira...
A ironia aparece quando te vejo rodeada dos experientes que foram, enquanto tu foste com eles ainda com tanto por descobrir.
O silêncio permaneceu. A chuva caiu. Eu vim embora.
Tu lá continuas...

2 comentários:

  1. pelo menos as memórias são eternas e felizmente a saudade também, custa mas era impossível amor sem saudade. pelo menos no meu ponto de vista.

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