quinta-feira, 23 de julho de 2009

Rainbow

Subitamente o céu foi invadido, por enormes massas cinzentas. Seriam cérebros alados? Não o aparentaram ser. Acompanhando o céu formações esféricas de um aglomerado líquido sigaram-no em direcção ao solo. Como um meteorito, uma poeira espacial, a solução aquosa atingiu tudo o que de mais terreno existe. Uma ténue força atingiu a esfera, parecendo ténue graças aos castelos e muralhas que lhe barravam o caminho. A onda penetrou a solução aquosa como uma lança afiada, sendo estilhaçada no seu interior e expelindo todo o seu saque, numa tentaiva de o salvar, contudo o saque dissipou-se. A porta do castelo ficou escancarada, mas após toda a batalha todo o castelo ruiu.
Finalmente uma ténue gota atingiu o meu corpo terreno, vi a abóbada enorme e perfeita do arco-íris, pensava em algo, meras gotas de chuva e uma ténue luz que espreitava por detrás da enorme muralha eram simples, mas fizeram duas esferas ligadas a uma alma parar e serem tocadas por tão simples mas bela obra da natureza. Pensei, repensei, observei, senti e a obra desvaneceu-se. Contudo o meu ser interior registou-a.
Voltei à rotina debaixo de pesadas massas aquosas, sentindo que algo ficou para trás.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Guardião Desconhecido - Parte V

Da portal lateral saiu um homem de cabelos brancos, puxados para trás, vestido formalmente. Aproximou-se lentamente dos nossos amigos. A sua proximidade fazia aumentar a dor de cabeça de Ricastin, fazia-o ter flashes repentinos na cabeça de passagens dos seus sonhos, como se fosse uma passagem extremamente rápida de slides, de uma forma alucinante, que o fazia transpirar e ofegar.
- Bem-vindos ao meu humilde bar! - Disse o homem com uma voz quase glacial - Estava à vossa espera...bem pelo menos de dois de vocês.
Ricastin encontrava-se perto da perda de sentidos.
- Como assim estava à nossa espera? - Perguntou Ben admirado - Não avisámos ninguém que vínhamos, nem marcámos nenhuma mesa aqui!
- Fomos nós que te fizemos vir... Ou lembraste de quem te indicou o bar? - respondeu o homem.
Ben calou-se e baixou a cabeça. Realmente não tinha memória de quem lhe indicara o bar. Entretanto Ricastin encontrava-se num estado quase a sucumbir às alucinações.
- Pois é meu amigo foste um isco fácil de persuadir, ou melhor manipular. - Disse o homem sarcasticamente - Já agora não me apresentei. O meu nome é Cols Skernh, aí o vosso amigo que parece estar com dor de cabeça deve-se lembrar de mim! - sorriu o homem maliciosamente. - Nunca te pensei tão em baixo de forma! Afinal não és o Seu "Soldado"? Se é isto o melhor que eles têm, não será difícil a nossa missão. Talvez ganhe um grande avanço hoje e removamos a maior pedra do caminho de vez!
- Houve lá ó palhaço! - disse Ben, um bocado exaltado - Não achas que a brincadeira já passou os limites?
- Respeito meu jovem, sou bastante mais velho que tu! E o teu amigo não te contou que tem uma missão perigosa em mãos? Ao te meteres no meio só estás a assinar a tua sentença de morte. - Após proferir estas palavras, sem ninguém lhe tocar sequer, Ben foi projectado com uma força brutal contra a parede, ficando inconsciente. O primo de Ricastin e o outro amigo correram a socorre-lo, mesmo tendo ficado apavorados com o sucedido. Já Ricastin, tal o estado de alucinação em que se encontrava, nem capacidade teve para reagir ao sucedido.
- Vejo que só a minha presença te perturba, Soldado, serás mais facil de eliminar do que eu imaginava. - Dito isto o homem agarrou Ricastin pela cabeça e uma enorme força parecia que sugava a alma a Ricastin.
Subitamente sentiu-se um tremor de terra intenso. Três vultos apareceram. Estando entre eles o Professor de Português, ou pelo menos o seu corpo, pois algo poderoso se encontrava dentro dele, parecia chefiar ou outros dois homens, isto claro se eram realmente homens.
- Levem os rapazes! Eu trato dos restantes. - Disse o professor.
- Saulo! Há quanto tempo não nos encontrávamos! - disse o homem do bar sorrindo maleficamente.
- Esperemos que seja a última. - disse o que quer que fosse que se encontrava no corpo do professor.
Já os dois homens que acompanhavam o professor se encontravam longe com os rapazes quando um enorme clarão de luz de abateu sobre o horizonte...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Guardião Desconhecido - Parte IV

Há mais de uma semana que não tinha nenhum dos seus sonhos estranhos, e pela primeira vez sentia uma inquetação por não os ter, ao invés do que acontecia anteriormente. Sentia-se como que perdido... Se pelo menos tivesse algo que o ilucidasse. Estava-se a dar lindamente com Le Jo, mas continuava sem perceber de onde vinha aquela sensação de que já a conhecia antes e a estranha e súbita perda de memória do professor de Português continuava a intrigá-lo. Definitivamente precisava de espairecer e ver se tirava todas estas questões da cabeça nem que fosse apenas por breves momentos. Decidiu ligar a Ben para combinar uma saída nesse fim-de-semana. Decidiram ir a um novo bar que iria abrir esse fim-de-semana, graças a uns contactos de Ben. Ricastin achou estranho não ter ouvido falar sequer de um bar para abrir nas redondezas, mas como queria era sair, não questiou nada e ficou combinada a saída.


Entretanto lembrou-se de ir procurar à Internet sobre a lenda que o professor lhe contara, mas por estranho que parecesse não encontrou nada sobre a lenda em específico, o que o intrigou ainda mais. Teria o professor inventado aquela estória toda só para os entreter?



Chegou o fim-de-semana e Ben, Ricastin e mais dois amigos lá foram ao dito bar que iria abrir nessa noite.


Foram os 4 a pé pois pelas informações de Ben o bar era relativamente perto. Contudo passado cerca de vinte minutos a andar Ricastin perguntou:

- Tens a certeza que é por aqui? E já agora como é que se chama esse dito bar?

- Tenho, pelas indicações que me deram era por aqui. Chama-se "Black Night". Já disse foi um dos meus contactos.
- Tu e esses teus contactos... Cada vez confio menos neles, isto claro está, se existirem!
- Ricastin! Por quem me tomas? Não confias no teu amigo? - respondeu Ben fingindo a indignação.
- Por ser teu amigo é que sei... Quem não te conhecer que te compre! Mas falando sério tens a certeza que é por aqui? É que um bar por estas zonas duvido mesmo que venha a ter clientes suficientes para ter lucro. Isto é uma estrada sem movimento e uma zona desabitada!
- Epa eu acho que segui bem as instruções... Devemos estar mesmo a chegar!
- Espero que sim! - disse um dos amigos que até agora tinha estado calado, era primo de Ricastin, da mesma idade dele ligeiramente mais baixo e de cabelo comprido, um dos parceiros de divertimento de Ricastin e Ben, uma pessoa discreta e calma, tirando Ben era o único que também sabia dos sonhos de Ricastin. Chamava-se Drena, era de origem mónaca tal como o primo.
Passados mais cerca de cinco minutos a andar avistaram umas luzes, as quais concluíram ser o dito bar. Era um edifício relativamente pequeno, rés-do-chão, azul escuro, com as letras do nome do bar em itálico sobre a fachada em néon azul também.
O ambiente estava demasiado parado para um bar que acabara de abrir, mas mesmo assim o nosso grupo de amigos decidiu entrar.
Dentro predominavam de novo os tons escuros, a música era um metal gótico, quase satânico, encontrava-se apenas um grupo de cerca de 15 pessoas, que subitamente se calaram ao verem os nossos amigos a entrar. Pareciam pessoas vulgares, se não estivessem juntas dir-se-ia que não teriam sequer nada a ver umas com as outras. O próprio empregado do bar olhou-os com ar desconfiado e continuou a limpar copos. Subitamente Ricastin sentiu uma intensa dor de cabeça. Algo de estranho se passava naquele bar...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Black and White


Em Filosofia ensinam-nos que o Homem é um ser biface, possui uma dimenção racional e uma dimenção animal, ou institiva. Frequentemente associamos a dimenção instintiva às acções menos correctas que realizamos, basicamente associamos o nosso lado negro ao instinto e tanto o fazemos que quando somos confrontados com os nossos erros, já temos a desculpa pré-concebida do "Agi sem pensar!".
É certo que nenhum de nós se pode autoproclamar como sendo um exemplo isento e correcto a ser seguido pela sociedade, todos possuímos o nosso "lado negro" e por muito estranho que possa parecer, grande parte das vezes é realmente a nossa dimenção racional, a dita razão que nos guia no nosso caminho, que nos conduz por esse "lado negro".
Culpam o egoísmo humano pelas nossas "negras acções", contudo se não for individualista, o indivíduo deixa de ser um indivíduo, como podemos constactar na raíz das palavras, logo por natureza um indivíduo já será individualista, o altruísmo, a generosidade e a partilha são factores que vão sendo aquiridos, consoante o meio que nos rodeia e a nossa capacidade de questionar o que nos rodeia. E tal é cada vez mais difícil de se atigir, pois vivemos cada vez mais num mundo submerso de individualidades, que são verdadeiros falsos ídolos, e de um egoísmo único em que já não importa os que virão no futuro, mas o prazer e mero conforto dos que estão agora.
Tudo isto para demonstrar que a maldade do ser humano, não é culpa do seu instinto, mas sim culpa da sua racionalidade que o leva a uma ganância desmedida e a uma ausência de escrúpulos fria.
Pensamos, mas nem sempre pensamos. O pensamento é simultaneamente a razão da nossa bondade e maldade. Contudo a ausência de pensamento torna-nos muito mais vulneráveis, aos que pensam por maldade e proveito próprio, em detrimento do bem-estar dos restantes.
Pensar é um acto perigoso e difícil.
Pensemos de forma isenta.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Guardião Desconhecido - Parte III

Ricastin tinha passado a noite em claro a pensar no seu último sonho, nos anteriores e de onde poderia ele conhecer Le Jo. Encontrava-se com uma enorme dor de cabeça, mas não podia, nem queria faltar às aulas. Lá saiu de casa, a pé, em direcção ao liceu como fazia todos os dias.
Ia caminhando pela rua, com tal dor de cabeça que mal conseguia ter noção do espaço que o rodeava, quando ao atravessar a rua apenas ouve um grito, "CUIDADO!", mal tendo tempo para se atirar para o chão e desviar-se de um carro que vinha a alta velocidade pela rua.
A pessoa que gritou veio a correr na sua direcção:
- Como estás? Magoaste-te?
Era Le Jo. Ao início Ricastin ficou meio atordoado com o sucedido e com a presença de Le Jo ali, ainda por cima tendo-lhe acabado de salvar a vida, que demorou uns segundos a responder o que quer que fosse até que com uma voz desajeitada lá respondeu:
- Obrigado, por me teres avisado. Felizmente foi só o susto. - e sorriu para Le Jo.
- Pareceu mesmo que o carro acelerou quando te viu! Há com cada maluco! Mas estás mesmo bem? - e retribuiu-lhe um sorriso.
Após ouvir as palavras de Le Jo, Ricastin apercebeu-se que se apoderou dele uma sensação estranha quando o carro se aproximou dele. Contudo ignorou, devia ser do sono com que se encontrava.
- Ah! A propósito, eu sou a Le Jo! Já nos conhecemos antes?
- Talvez já me tenhas visto, somos da mesma turma! - respondeu Ricastin, levando o seu pensamento para outro local.
- Deve ser disso...Mas mesmo assim tenho a sensação que já te vi antes...há muito tempo, parece...
- Para quem veio da Finlândia à pouco tempo falas um português perfeito! - disse Ricastin admirado com a claridade e fluidez na voz da rapariga.
- Pois...é que o meu pai é português, só a minha mãe é que é finlandesa. O meu pai recebeu uma proposta de trabalho e decidiu voltar às origens.
- Hum... ok. Eu sou o Ricastin. No meu caso é a minha mãe nasceu no Mónaco e o meu pai também é português, mas desde sempre que me lembro de viver em Portugal.
- Está certo. - disse Le Jo sorrindo - Já agora como é que sabias que era finlandesa?
Ricastin corou. - Um amigo comentou. - respondeu a medo.
- Ok - respondeu Le Jo, continuando a sorrir. - Eu ia para o liceu, podemos ir juntos?
- Claro! Com todo o prazer.
Nessa tarde, após a aula de Português, Ricastin decidiu perguntar ao professor mais uns detalhes sobre a lenda que ele contara na aula passada, contudo este ao ser abordado pelo aluno, teve uma reacção estranha como senão se lembrasse de nada do que tinha contado na aula anterior.
Ricastin saiu da sala com a cabeça num turbilhão. Aquela súbita perda de memória do professor não era normal. A não ser que não tivesse realmente sido o professor que lhes tinha contado a lenda. E ao pensar isto Ricastin lembrou-se do olhar que o professor lhe mandara na altura em que lhes contou a lenda. Desta vez queria voltar a ter outro sonho, no sítio disforme, pois tinha umas questões a colocar.
Contudo nessa noite nada sonhou...

domingo, 12 de julho de 2009

Baterias recarregadas

O dia de sábado e a manhã de domingo foram passados em Penacova, uma vila lindíssima, com uma paisagem apaixonante, quem adora natureza ama esta vila de certeza. Um fim-de-semana em contacto com a natureza e com pesssoas extraordinárias. Enriqueceu-me bastante e posso dizer que me colocou uma espécie de questão existencial na cabeça, mas até me faz bem pois gosto de pensar...



Depois no domingo á tarde nada melhor que ir ter com o pessoal da turma à praia. Uma tarde bastante divertida.

Concluindo, posso dizer que foi um fim-de-semana perfeito para colocar as ideias no lugar, ou até tirar algumas do seu devido posto, mas apesar de não ter tido um descanso físico próprio, posso dizer que adorei estes dois dias. Espero por mais idênticos, ou apenas com algumas semelhanças...
P.S. Tive também algumas ideias para continuar a minha "estória" :P

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Tesla

Tendo eu o Google como minha homepage hoje ao abrir o browser deparei-me com um novo logo dedicado ao aniversário de Nikola Tesla. E pensei porra eu devia estudar física e química, mas o cansaço não me permite, ou até permitiria algo, mas a motivação não ajuda, a necessidade pdoeria ajudar, mas as prioridades não se encontram bem definidas, ou talvez se encontrem em redefinição. Espero que tenha um bom fim-de-semana divertido e relaxante, para terça poder dar o meu melhor, ou pelo menos parte dele, a que as minhas energias me permitirem disponibilizar e a minha atenção me permitir relacionar e captar.

P.S. Quatro textos na Contacto da minha autoria, qualquer dia viro jornalista :D

P.S.2. As pedras de portas e janelas, para colocar á volta, estilo antigo, pesam para caraças! Os meus braços e costas que o digam! Só de pensar que ainda temos umas "paletezitas" por pôr no lugar ainda me dói mais o corpo. Bem preciso de um bom fim-de-semana. Pôr o corpo e as ideias em ordem.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A small reflection

O corpo cansa-se. Fica exausto. A mente tenta manter o corpo sem cansaço. O cansaço ganha. O ser não resiste. Sucumbe. Recupera. Volta a funcionar no auge. Cansa-se de novo. Volta a sucumbir. A mente começa a cansar-se. Não aguenta o corpo. A mente e o corpo fundem-se. O corpo cansa-se. A mente fica exausta. A mente está em baixo. O corpo perde capacidade de resposta. O ser tenta repor tudo. Não consegue. Volta a tentar. Nova tentativa falhada. Sucumbe à necessidade de repouso. Descansa, mas o pensamento cansa-o. O corpo parece recuperado. Mas a mente cantinua exausta. O corpo recomeça o trabalho. A mente não o acompanha. O corpo perde coordenação. Repouso mais frequente. A mente começa a recuperar. O ser volta ao auge.

E tudo recomeça...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Trabalhar para...

Se fosse um dia, uma semana, um mês, um trimestre, um semestre, ou até um ano, mas não foram 2 ANOS! 2 anos de trabalho e esforço...e para quê? Para vir a porcaria de meia dúzia de folhas, pouco mais, com umas letras escritas e estragar esse trabalho de 2 anos em 2 horas. Acho frustrante, mas pergunto para quê tanto trabalho e tanto tempo perdido? Ou terei utilizado mal esse tempo? Não estava preparado? Ou a preparação a mais traiu o artista? Para ser sincero não sei a resposta a nenhuma destas perguntas, nem se alguma delas é uma pergunta oportuna.
Passei o dia trabalhar e estou cansado, para já não me quero preocupar mais com uns meros gramas de celulose, que me estragaram o dia, mais propriamente o almoço. Ando cansado e não tenho andado com o melhor estado de espírito, isto apenas foi mais um prato do banquete. Bem esperemos que isto melhore... Tenho a segunda fase e a primeira do ano que vem. Tenho que me esforçar, sobretudo na do ano que vem, pois esta segunda fase não me irei importar muito. O trabalaho absorve-me quase por completo, não ando com cabeça para estudos, mas irei na mesma e rir-me-ia se sem esforço, superasse o resultado conseguido com tanto esforço. Rir-me-ia? Talvez ficasse com a ideia que o esforço não vale assim tanto a pena... Se calhar é assim... as coisas sem esforço devem ser mais fáceis de alcançar.

P.S. Notas:
Biologia e Geologia - 179 pontos (objectivo alcançado) - Nota final 19 valores
FQA - 160 pontos (muito à quem das expectativas) - Nota final 18 valores (após 2 anos inteiros sempre a 19's com 20's nos intermedios)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Guardião Desconhecido - Parte II

Nessa tarde no final das aulas Ricastin e Ben encontraram-se para descontrair um pouco num café pacato da zona. Estavam degustando lentamente cada um o seu café quando Riscastin se lembrou da aula de Português dessa manhã, e perguntou a Ben:
- Lembras-te da lenda que o stor nos contou hoje?
- Vagamente...
- Não achaste estranho o stor ter falado em duas espadas e apenas ter refirido uma inserida na história?
- Para ser sincero nem reparei...
- Pois mas eu reparei e não foi só isso que me intrigou, cheira-me que o stor sabe mais do que conta...
- Oh meu! Deixa-te disso! 'Tás-te a passar ou quê? Aquilo foi só uma "historiazeca" para nos entreter. E para ser sincero, não achei nada de especial.
- Pois eu gostei e gostava de saber mais sobre essa lenda. - respondeu Ricastin absorvendo-se nos seus pensamentos. Ele tinha a sensação que algo se passava, mas nem ele próprio conseguia perceber o que era. Apenas sabia que se sentia "dentro" de algo estranho. «Estaria a ficar maluco? Com alucinações?» - pensou.
De repente a porta do café abriu e algo despertou a atenção de Ricastin... Era a nova aluna que Ricastin vira de manhã pela primeira vez.
- Já viste a nova aluna que temos na turma? Jeitosa, hein? - Perguntou Ben ao reparar no olhar de Ricastin sobre ela.
- Sim já vi, mas o mais estranho é que tenho a sensação de uma familiaridade estranha com ela. Nem lhe sei o nome, mas sinto que já nos conhecemos antes.
- Haha! - riu-se Ben - Estás apanhadinho por ela!
- Não é isso! Só não me parece estranha.
- Bem, se não te interessa também não te vou dizer as informações que sei sobre ela.
- Que informações?
- Ha! Afinal sempre existe aí algum interesse!
- Cala-te e conta-me o que sabes! - exigiu Ricastin - Se é que sabes alguma coisa!
- Claro que sei! Chama-se Le Jo, veio da Finlândia para cá com os pais, daí o seu tom de pele claro! Pena não ser loirinha como a maioria das nórdicas. - gozou Ben, pois a rapariga possui cabelos castanhos ondulados, tal como uns lindos olhos castanhos - Segundo sei o pai recebeu uma promoção qualquer aqui em Portugal e foi por isso que vieram.
- Como é que já sabes isso tudo?
- Tenho as minhas fontes mano. - Gabou-se Ben.
- Oh! Vai-te lixar. Bem já está a ficar tarde! Vou andando. Até amanhã.
- Vê se durante a noite tens algum sonho de jeito que possas contar. Esses últimos, já não metem tanta adrenalida como os primeiros. Vá até amanha.
Nessa noite Ricastin demorou a adormecer, pois a imagem da rapariga não lhe saía da cabeça. Tinha que compreender de onde lhe vinha aquela proximidade com ela. Seria daqueles sonhos estranhos que costumava ter? Era uma possibilidade... Mas ele nunca conseguia identificar ninguém em concreto nesses sonhos... Passado algum tempo sucumbiu ao sono.
- Outra vez este sítio estranho! - pensou Ricastin.
- Vemos que estás a ficar preparado. Em breve ser-te-á entregue a derradeira missão. - disse a mesma voz do sonho anterior, grave e serena.
- Mas que missão? Expliquem-me a razão destes sonhos! Estou a ficar maluco? - Rugiu Ricastin, já a ficar fora de si com tanta questão que lhe bombardeava a cabeça.
- A seu tempo saberás... Já te devolvemos tudo o que necessitas. A seu tempo serás avisado. - respondeu a voz.
- Mas avisado de quê? - Gritou Ricastin, começando a sentir o chão a fugir-lhe dos pés e de repente... acordou. Estava no seu quarto e a noite ainda ia longa. Tinha que dormir, mas não conseguia. Algo o intrigava, mais do que nunca...
continua...

domingo, 5 de julho de 2009

Preconceito

Hoje uma conversa fez-me recordar tempos dos quais não tenho grande orgulho e tento ao máximo não me recordar deles, mas hoje não consegui evitar...
Antes posso dizer que não era nenhum galã, ou algo que se parecesse, mas tinha as minhas aventuras, talvez se contem pelos dedos de uma mão, mas também não tenho uma vida tão longa assim, mas o que realmente me intriga é que após ter perdido o cabelo em todo o corpo, não por nenhuma doença, ou por algo que me limite, simplesmente a minha camada pilosa do corpo caiu, e também não sinto falta nenhuma dela, gosto mais de mim assim e até há quem diga que fico mais "interessante" assim, e quem me conhece sabe que sou uma pessoa perfeitamente normal (talvez não, porque penso...), mas posso dizer que após essa "perda", nunca mais tive nenhuma dessas ditas "aventuras", ou curtes como lhe quiserem chamar, (é certo que nos últimos tempos uma paixão não me tem levado por esses caminhos, mas refiro-me sobretudo a tempos antes disso) , nunca levei qualquer comentário ou pergunta mais preconceituosa a peito e praticamente nunca pensava nisso, ou evitava pensar, mas a verdade é que as vezes pensava, e ainda penso... Penso que o preconceito está em todos nós por muito que digamos que o não somos TODOS somos preconceituosos. Mas como disse sou superior a isso e tenho os meus amigos que sempre estiveram ao meu lado me apoiam e apontam os defeitos e esses sim são quem importa para mim...
Também nessas alturas, posso dizer que o divertimento momentâneo, no dia seguinte fazia-me sentir um vazio estranho em mim, mas parecia que assim era como os outros e era "rebelde". Para que se saiba nunca passei os limites de nada, apesar de tudo sempre fui responsável e respeitador, apenas metia conversa com elas e "pouco" mais.
A razão deste desabafo, estranho, foi que na conversa que tive me contaram uma das "estratégias" que cheguei a usar, sem se aperceberem.
Quando o fiz fi-lo por "dica" de outros, na altura era um "Maria vai com as outras", sem vontade própria só para ser como os outros. A ideia de me aproveitar de uma rapariga emocionalmente abalada, sendo carinhoso para ela, na altura pareceu-me tentador e posso dizer que lhe chamaram "alvo fácil". Hoje não o faria, mas na altura fiz...foi estranho pois no fundo a rapariga ficou com a ideia de um ser que esteve lá quando ela precisou, e no fundo um gajo não a tratou melhor que um objecto descartável. Nada de que me orgulhe e tenha gosto em lembrar, mas como disse uma conversa fez-me lembrar isto e tive que desabafar para algum lado, e nesta altura o blog foi o meu melhor parceiro de conversa.
Contudo, apesar de muita asneira que fiz, posso dizer que a minha maneira de ver a vida e tudo o que dela faz parte tem mudado bastante e continua em mudança contínua, e há coisas que não faço tensão de voltar a fazer.
Vou mudando, questionando tudo o que me rodeia...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O Guardião Desconhecido

Como disse vou começar a escrever a dita estória para me entreter. Cá vai a 1ª parte.

- Onde é que eu estou? Que sítio é este? Tudo parece disforme e baço...estranho. EI! ESTÁ AÍ ALGUÉM?
- Nós estamos aqui. Já te esperávamos há muito, não costumas aparecer tão tarde nem ter essa reacção. - Soou uma voz grave, mas serena.
- Hein? Chegar tarde? Reacção? De que é que estão para aí a falar? Digam-me onde estou, quem são e o que faço aqui! - Exigiu o rapaz com tom austero, mas a apresentar sinal de receio.
- Tu sabes a razão de aqui estares. Já cá estiveste anteriormente. Nós precisamos de ti...de novo! - respondeu a voz serena.
- Bem isto deve ser uma brincadeira! Seja lá quem for e onde esteja, diga-me o que faço aqui!
- Já te disse nós voltámos a precisar de ti, vamos te voltar a entregar o testemunho, a luz e a espada.
- Oh meu Deus! Pare de gozar comigo e diga-me onde estou!
- Das vezes que cá estiveste nunca fizeste tantas perguntas! Que se passa contigo?
- Mas eu nunca aqui estive! E não posso fazer perguntas? É proibido? Não se pode pensar?
- Claro que podes, mas tu nunca vacilaste antes! Pensavas de forma fria e rápida és o nosso soldado!
- Soldado!? Por favor... esclareça-me!
- Desculpa filho, mas não te posso dizer mais nada tu terás de te lembrar. Vou-te entregar o que me compete.
- Mas...espere!
E uma enorme luz branca abateu-se sobre o rapaz!

O rapaz Ricastin, um rapaz de origem mónaca alto, de olhos esverdeados, com um ligeiro bronze na pele, acordou de sobressalto, com uma enorme dor de cabeça e disse para si mesmo:
- Porra! Mais um daqueles sonhos estranhos...mas este...foi diferente, e não só o sonho, também eu me sinto diferente! Pareceu tão...real! Bem...o Ben vai gostar de mais uma estória para lhe contar...

Ao chegar ao liceu o rapaz foi logo ter com o seu amigo, e claro contou-lhe o seu novo sonho.
- Oh! Pensei que tivesse sido outro daqueles sonhos cheios de acção onde tu entras, desiludiste-me com esse.
- Sabes bem que os sonhos não se controlam! Vamos mas é para as aulas! Que as tuas desilusões nunca passem disto!
E partiram em direcção à sala de aula. Apesar de ter hesitado Ricastin decidiu não contar o sonho integral nem como se sentia estranho. Afinal não queria preocupar o amigo, mas num futuro esta ausência da verdade quase que lhe vai custar o amigo...

Entraram na sala de aula. Era uma aula de Português e estavam a dar simbologia, quando o professor por mero acaso ou não, a meio de um texto poético que refere uma espada lendária, interrompe a leitura e começa a falar:
- Pois bem... Vocês são um turma curiosa vou-vos contar uma lenda sobre uma espada, ou melhor duas espadas! Provavelmente nunca a ouviram e dificilmente a voltarão a ouvir, e a aprte que conheço é bastante reduzida e despida de pormenores, mas cá vai. Segundo sei da lenda existe um escolhido que possui um poder quase infinito, mas devido ao receio que o escolhido não conseguisse controlar esse poder, foram-lhe apagados da memória todos esses ditos poderes, menos um que segundo dizem é o maior e mais poderoso de todos. Contudo após lhe terem sido retirados esses poderes o escolhido ficou vulnerável e foi necessário um guardião para o proteger. Esse guardião segundo dizem possui um poder quase equiparável ao do escolhido, mas bastante mais limitado, mas, ao contrário do escolhido, esse guardião possuía pleno uso dos seus poderes.
- Mas onde é que entram as espadas stor? - interrompeu um aluno impaciente.
- Calma. Os poderes do escolhido foram todos "guardados" numa espada e essa espada apenas pode ser libertada se o escolhido tiver acesso ao núcleo da espada do guardião. Não sei se o escolhido alguma vez teve acesso aos seus poderes por inteiro, mas dizem que quando o verdadeiro mal vier o guardião aparecerá para preparar o escolhido para nos salvar. Reza a lenda que tal já aconteceu no passado mais que uma vez, mas devido ao perigo que o enorme poder do escolhido representa, o guardião tem enfrentado todas as batalhas, protegendo o escolhido e todos. Claro está que não passa de uma pequena estória para entreter adolescentes curiosos como vocês, mas achei que gostariam de a conhecer.
Ao acabar de falar o professor enviou um olhar de cumplicidade a Ricastin e voltou para a aula, contudo foi interrompido por Ben.
- Stor, que poder é esse que o escolhido possui sempre e é o mais poderoso de todos?
- O poder de pensar meu filho...o poder de pensar.
A turma riu-se toda menos Ricastin e uma nova aluna que estava sentada ligeiramente à sua frente. Ricastin reparou nela e sentiu um arrepio. Nunca a tinha visto...ou já?

Continua

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Tempos livres

Vendo-me eu a trabalhar 10 horas por dia de segunda a sábado, pensei assim: Deixa cá fazer umas contas para ver que tempo livre me resta! Então ora bem! Com o trabalho almoço e viagens de ida e volta para o trabalho gasto cerca de 12 horas do meu dia, sobrando-me outras 12, se guardarmos 8 horas para dormir (o que não durmo de perto!), só me restam 4 horas e dessas 4 horas tiramos 2 horas pelo menos para jantar, higiene pessoal e estar com a família, sobrandome assim umas avantajadas 2 horas de tempo livre. Nada mau! Então que pensei fazer eu para ocupar este imenso tempo? Bem, eu tenho andado com umas ideias na cabeça a rodopiar por aqui e por ali, dando voltas e voltas, criando e destruindo e eu pensei: Pera lá e se eu fosse escrevendo estas coisas todas como tipo...uma estória, posso ser implícito, explicito, brincalhão, sério, metafórico, naturalista, criativo e descritivo simultaneamente, posso inventar e relatar realidades ao mesmo tempo! Bem vou tentar, não começarei hoje mas espero começar em breve. Um desafio para mim! Só espero que me divirta e que quem vier a ler que não desgoste. ;)