quarta-feira, 5 de maio de 2010

A (minha) mente

Há vários dias que ando com vontade de escrever sobre a mente, e hoje em especial, ganhei mais vontade de o fazer. Motivo? O de hoje foca-se na tremenda curiosidade que a minha mente criou em saber o que é que cria as personalidades. Sim cada personalidade é única (pelo menos deveria ser), contudo vemos um grupo de elitistas que moldam personalidades (leia-se fracas, pelo menos para mim), pelo simples facto de que uma aparência exuberante e "requintada" lhes dá o sentimento de que são superiores a todos os restantes e, então se conseguirem agradar a um certo grupo de influentes melhor ainda.
Vejamos um (entre muitos) exemplo muito concerto. António Lobo Antunes, escritor sobre o qual não tinha a mais pequena das opiniões formada, é convidado para uma "tertúlia" na escola onde ando. Comprei o primeiro livro dele para ter uma noção da sua arte (a seu tempo o lerei). A tertúlia começara, com uns apresentadores extremamente mecânicos (mesmo assim sempre os escolhidos para todas os eventos, reparo, quase todos, existe um grupo que gosta de destoar, mas que tem feito um grande trabalho e gosta e apostar noutras hipóteses) Remeto para ainda antes do início da tertúlia onde a perspicácia do olhar da Cristina detecta logo um primeiro erro, praticamente imperceptível para quem desconhece a obra do homem, mas um erro crasso para quem a sabe, ainda que muito por alto (o que veio provar a minha ideia de que havia dois tipos de pessoas ali: as obrigadas e as que queriam faltar às aulas, depois os restantes, poucos, enquadravam-se nos que queriam parecer bem, nos que gostavam(nem sei se gostavam se também queriam parecer bem), e talvez uns 4 que quisessem ouvir para conhecer.). Continuando, a própria introdução da professora foi mecânica (porra pá é uma professora! Eu que sou eu se fosse receber alguém, não iria ler descaradamente um texto à sua frente! Ajam com naturalidade e espontâneadade se sabem o que isso é!). Depois começaram as perguntas, as quais a coordenadora da mesa já sabia o nome dos alunos ainda antes de estes levantarem o dedo e darem a sua espontânea pergunta (leia-se pergunta lida no momento, para além de mecânicamente, muito mal lidas também!). Não falando da arrogância do senhor, nem da forma como me tentou deitar abaixo quando lhe perguntei quais os grandes escritores mundiais e o senhor me responde "Para que quer que lhe responda se não os vai ler!". Entre outras coisas.
Para quê este exemplo? Pois para mostrar como, para uma iniciativa (a qual é importante não duvido), mas o facto da existência da projecção e do mediatismo colocou logo um leque de pessoas em jogo que apenas se fazem notar nesta altura (tal hipocrisia), e todas essas pessoas se disponibilizam, em troca do reconhecimento, a própria escola ( saiba-se que este ano está muito melhor) fez notar a sua presença em todos os níveis, estando presente toda a direcção quer pedagógica que financeira (note-se que para outras actividades dinamizadas por alunos, mas sem o mediatismo, é necessário quase que suplicar por um apoio, e desta vez refiro-me também a finais de Janeiro passado.)
Basicamente questiono-me constantemente o que encerra a mente de cada uma destas pessoas. Apesar de tudo eu no que toca a valores coloco um director financeiro ao mesmo nível que o meu colega de carteira (uma igualdade comunista? Não, uma igualdade biológica, somos todos da mesma espécie. Somos todos humanos, não importando raça, sexo, religião ou condição social, entre outras.)
O primeiro que se considera superior, não passa do mero rato que tenta assustar os gatos que vagueiam nas redondezas.
"E o que governa seja como o servo. Pois qual é o maior: o que está sentado à mesa ou o que serve?" (Lucas 22, v.27)

Que tem isto a ver com a (minha) mente? Tudo isto e muito mais fervilha dentro dela, e de vez em quando coloco-o aqui. Sinto que talvez me volte a referir a assunto similar em textos futuros. Em jeito de crónica amadora fui escrevendo, ou falando com as letras como quiserem, gostei do que fiz, apesar de não ter gostado do que me fez fazer isto.

2 comentários:

  1. Joel, sempre a fervilhar de ideias e pensamentos. reages a qualquer estimulo externo com tanta intensidade que és facilmente capaz de pôr o mundo à tua volta em evolução, em movimento.
    Relativamente ao que escreveste, concordo plenamente, quase todas as pessoas são hoje moldáveis à sociedade, um sociedade rasca e desprovia de valores, uma sociedade perversa e superficial. Quem ainda reage, ou move-se por interesses alheios ou pelo "parecer bem". Claro que há excepções, esperemos que sejam essas que influenciem as outras e não o contrário.

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  2. De Lobo Antunes escusado é dar a minha opinião quando explícita é de onde te escrevo, e claro que as demais palavras se tornam evitadas, talvez um excesso para a leitura. Não querendo, claro, cansar-me a mim ao ler, e cansar quem se digna a ler-me, ou ler-te, ou ler quem quer que seja. Que isto quando escrevemos temos que pensar em duas vertentes, embora a única das vertentes seja escrever para nós próprios, quem lê que se leia e que leia o que conseguir captar daquilo que para nós próprios é escrito.
    Tendo em conta que não faço bem ideia do que escrevi antes destas palavras, tenho a dizer que existe lógica, nem dedutiva nem indutiva, simples lógica. É de bom tom, sabendo de antemão a eficácia em determinado tipo de eventos, que designo po x, utilizar os mesmo membros, que designo por a, em todos os restantes y, sendo esta a variável da exposição pública ou semi-privada, se me faço entender...

    Posto isto, deixo-me aqui de tagarelar, que o meu cérebro está cansado.

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