quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Guardião Desconhecido - Parte VII

Era o cortejo fúnebre do professor. Estava repleto todos os seus colegas e alunos estavam presentes, e como é óbvio os seus familiares. A atmosfera encontrava-se pesada. Ricastin e os amigos encontravam-se um pouco atrás no cortejo. Iam silenciosos, estranhamente uma amnésia tinha abatido os três amigos de Ricastin, mas Ricastin ia pensativo. Aquela noite não lhe saía da cabeça, e não parava de se culpar a si próprio, mesmo sem ainda ter noção do que realmente se passava. Mas apesar da ignorância em que se encontrava tinha noção que o que se estava a passar não era, de todo, normal.
Próximo dos nossos amigos ia Le Jo, apenas sabia o que tinha passado no noticiário, mas mesmo assim algo assolava o seu coração. Mal conhecia o professor, mas sentia que algo a ligava àquela situação. Um arrepio percorreu-lhe a coluna. Reparou em Ricastin. Os seus olhares cruzaram-se. Interiormente ambos souberam o que ia na mente cada um como se já se conhecessem há imenso tempo... uma eternidade.
Tudo terminou. Cada um dos presentes estava para regressar à sua rotina, alguns já entre risos, não é afinal um funeral uma manifestação de vida? Apenas os familiares mais chegados continuaram numa angústia indescritível.
Ricastin ficou para os últimos sempre afastado e pensativo, não parando de se culpar pelo sucedido. Le Jo aproximou-se dele e disse-lhe:
- Também tens a sensação de que algo de estranho se passa, não tens?
- Nem imaginas quanto!
- Talvez imagine. Os teus olhos dizem muito... E são lindos. - A sua cara roborizou-se e um sorriso saiu-lhe dos lábios, enquanto se afastava. Ricastin retribuiu o sorriso, ficando em silêncio, sem capacidade para um obrigado sequer. Pela primeira vez o seu pensamento afastara-se dos problemas que o têm assolado, mas será que realmente se afastou?
Chegou a casa com a imagem de Le Jo na cabeça e um sorriso estúpido nos lábios. Contudo sentia que algo de diferente existia entre ambos, não era apenas uma paixão, Ricastin sentia que já a conhecia há uma eternidade, apesar de apenas terem trocado umas meras palavras. Este sentimento levou-o a perguntar-se a si mesmo se este sentimento não estaria relacionado com tudo o que se tem passado, mas não era possível pensou... contudo o impossível já se demonstrou mais que uma vez perante ele.... Foi descansar, tinha a cabeça a fervilhar. Tinha sido um dia cheio de emoções.
Desta vez Ricastin encontrava-se numa espécie de floresta com um lago perto. Aproximou-se, mas estacou ao ver dois vultos junto do lago. Aproximou-se para tentar ouvir o que estavam a dizer, mas de súbito uma enorme dor de cabeça o atingiu. Uma dor e alucinação que lhe eram familiares, mas desta vez não se ia deixar vencer. NÃO! Continuou a avançar em esforço, até chegar a um ponto onde conseguia ouvir a conversa dos dois vultos.
- Como é que o pudeste deixar fugir? - Disse em tom de repreensão um dos vultos.
- Nós tínhamo-lo dominado, mas 3 dos deles apareceram... e um deles era Saulo. Não foi possível acabar com o Guardião. Mas descobrimos que não está senhor dos seus poderes, encontra-se fraco e debilitado da última batalha. E achamos que ele assim nos pode ser útil. - disse a outra voz, a qual Ricastin reconheceu como sendo Cols Skernh e associou a sua dor de cabeça e alucinações crescentes. Não imaginando que o outro vulto era seu superior.
- Útil como? - Perguntou a primeira voz em tom gutural, o qual parecia ser o seu tom natural.
- Através dele enfraquecido podemos chegar mais facilmente ao escolhido. Assim acabávamos com os dois de uma vez e retirávamos-lhe a Esfera para libertar o que aqui está preso. - Disse
Cols Skernh olhando aterrorizado para o lago.
- Esperemos que tenhas razão senão... eu próprio arranjo maneira de te enviar para junto dele! - Disse a voz gutural apontando para o lago, fazendo com que uns enormes olhos vermelhos se vissem na superfície do lago que se algo tivesse sido acordado, mas não pudesse de lá sair.
De repente Ricastin sentiu-se a ser sugado e foi parar ao lugar disforme dos seus últimos sonhos, ou experiências, pois já não conseguia distinguir uns dos outros.
O velho homem da última vez apareceu e disse-lhe:
- Assististe à razão pela qual precisamos de ti de volta e no teu auge. Eles querem libertar uma das criaturas que mais me custaram a aprisionar em toda a História do Tempo, senão mesmo a mais perigosa para a humanidade.
- Mas que criatura é? E o que tenho eu a ver com tudo isto? - Perguntou Ricastin.
- A criatura é um Leviathan e tu és o Guardião quanto a isso não podes fugir.
Ricastin sentiu-se ser sugado e acordou de sobressalto, estava no seu quarto eram quatro da manhã, mas o sono desaparecera-lhe por completo. A sua cabeça latejava de tanta questão que o assolava naquele momento, e o sentimento de culpa pela morte do professor parece que agora ainda mais lhe pesava. Uma sensação estranha percorria-lhe as veias... uma espécie de revigoração do corpo a qual lhe trazia ainda mais questões. Algo se passava e Ricastin ainda não tinha tomado consciência do quão grande era aquilo em que se encontrava...

1 comentário:

  1. sim tenho um blog... mas ja a muito qe nao faço nada nele...
    e tou e ver qe estas a escrever um livro!!
    muito bem
    :D
    beijinhos

    ResponderEliminar