segunda-feira, 6 de julho de 2009

Guardião Desconhecido - Parte II

Nessa tarde no final das aulas Ricastin e Ben encontraram-se para descontrair um pouco num café pacato da zona. Estavam degustando lentamente cada um o seu café quando Riscastin se lembrou da aula de Português dessa manhã, e perguntou a Ben:
- Lembras-te da lenda que o stor nos contou hoje?
- Vagamente...
- Não achaste estranho o stor ter falado em duas espadas e apenas ter refirido uma inserida na história?
- Para ser sincero nem reparei...
- Pois mas eu reparei e não foi só isso que me intrigou, cheira-me que o stor sabe mais do que conta...
- Oh meu! Deixa-te disso! 'Tás-te a passar ou quê? Aquilo foi só uma "historiazeca" para nos entreter. E para ser sincero, não achei nada de especial.
- Pois eu gostei e gostava de saber mais sobre essa lenda. - respondeu Ricastin absorvendo-se nos seus pensamentos. Ele tinha a sensação que algo se passava, mas nem ele próprio conseguia perceber o que era. Apenas sabia que se sentia "dentro" de algo estranho. «Estaria a ficar maluco? Com alucinações?» - pensou.
De repente a porta do café abriu e algo despertou a atenção de Ricastin... Era a nova aluna que Ricastin vira de manhã pela primeira vez.
- Já viste a nova aluna que temos na turma? Jeitosa, hein? - Perguntou Ben ao reparar no olhar de Ricastin sobre ela.
- Sim já vi, mas o mais estranho é que tenho a sensação de uma familiaridade estranha com ela. Nem lhe sei o nome, mas sinto que já nos conhecemos antes.
- Haha! - riu-se Ben - Estás apanhadinho por ela!
- Não é isso! Só não me parece estranha.
- Bem, se não te interessa também não te vou dizer as informações que sei sobre ela.
- Que informações?
- Ha! Afinal sempre existe aí algum interesse!
- Cala-te e conta-me o que sabes! - exigiu Ricastin - Se é que sabes alguma coisa!
- Claro que sei! Chama-se Le Jo, veio da Finlândia para cá com os pais, daí o seu tom de pele claro! Pena não ser loirinha como a maioria das nórdicas. - gozou Ben, pois a rapariga possui cabelos castanhos ondulados, tal como uns lindos olhos castanhos - Segundo sei o pai recebeu uma promoção qualquer aqui em Portugal e foi por isso que vieram.
- Como é que já sabes isso tudo?
- Tenho as minhas fontes mano. - Gabou-se Ben.
- Oh! Vai-te lixar. Bem já está a ficar tarde! Vou andando. Até amanhã.
- Vê se durante a noite tens algum sonho de jeito que possas contar. Esses últimos, já não metem tanta adrenalida como os primeiros. Vá até amanha.
Nessa noite Ricastin demorou a adormecer, pois a imagem da rapariga não lhe saía da cabeça. Tinha que compreender de onde lhe vinha aquela proximidade com ela. Seria daqueles sonhos estranhos que costumava ter? Era uma possibilidade... Mas ele nunca conseguia identificar ninguém em concreto nesses sonhos... Passado algum tempo sucumbiu ao sono.
- Outra vez este sítio estranho! - pensou Ricastin.
- Vemos que estás a ficar preparado. Em breve ser-te-á entregue a derradeira missão. - disse a mesma voz do sonho anterior, grave e serena.
- Mas que missão? Expliquem-me a razão destes sonhos! Estou a ficar maluco? - Rugiu Ricastin, já a ficar fora de si com tanta questão que lhe bombardeava a cabeça.
- A seu tempo saberás... Já te devolvemos tudo o que necessitas. A seu tempo serás avisado. - respondeu a voz.
- Mas avisado de quê? - Gritou Ricastin, começando a sentir o chão a fugir-lhe dos pés e de repente... acordou. Estava no seu quarto e a noite ainda ia longa. Tinha que dormir, mas não conseguia. Algo o intrigava, mais do que nunca...
continua...

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