segunda-feira, 13 de julho de 2009

Guardião Desconhecido - Parte III

Ricastin tinha passado a noite em claro a pensar no seu último sonho, nos anteriores e de onde poderia ele conhecer Le Jo. Encontrava-se com uma enorme dor de cabeça, mas não podia, nem queria faltar às aulas. Lá saiu de casa, a pé, em direcção ao liceu como fazia todos os dias.
Ia caminhando pela rua, com tal dor de cabeça que mal conseguia ter noção do espaço que o rodeava, quando ao atravessar a rua apenas ouve um grito, "CUIDADO!", mal tendo tempo para se atirar para o chão e desviar-se de um carro que vinha a alta velocidade pela rua.
A pessoa que gritou veio a correr na sua direcção:
- Como estás? Magoaste-te?
Era Le Jo. Ao início Ricastin ficou meio atordoado com o sucedido e com a presença de Le Jo ali, ainda por cima tendo-lhe acabado de salvar a vida, que demorou uns segundos a responder o que quer que fosse até que com uma voz desajeitada lá respondeu:
- Obrigado, por me teres avisado. Felizmente foi só o susto. - e sorriu para Le Jo.
- Pareceu mesmo que o carro acelerou quando te viu! Há com cada maluco! Mas estás mesmo bem? - e retribuiu-lhe um sorriso.
Após ouvir as palavras de Le Jo, Ricastin apercebeu-se que se apoderou dele uma sensação estranha quando o carro se aproximou dele. Contudo ignorou, devia ser do sono com que se encontrava.
- Ah! A propósito, eu sou a Le Jo! Já nos conhecemos antes?
- Talvez já me tenhas visto, somos da mesma turma! - respondeu Ricastin, levando o seu pensamento para outro local.
- Deve ser disso...Mas mesmo assim tenho a sensação que já te vi antes...há muito tempo, parece...
- Para quem veio da Finlândia à pouco tempo falas um português perfeito! - disse Ricastin admirado com a claridade e fluidez na voz da rapariga.
- Pois...é que o meu pai é português, só a minha mãe é que é finlandesa. O meu pai recebeu uma proposta de trabalho e decidiu voltar às origens.
- Hum... ok. Eu sou o Ricastin. No meu caso é a minha mãe nasceu no Mónaco e o meu pai também é português, mas desde sempre que me lembro de viver em Portugal.
- Está certo. - disse Le Jo sorrindo - Já agora como é que sabias que era finlandesa?
Ricastin corou. - Um amigo comentou. - respondeu a medo.
- Ok - respondeu Le Jo, continuando a sorrir. - Eu ia para o liceu, podemos ir juntos?
- Claro! Com todo o prazer.
Nessa tarde, após a aula de Português, Ricastin decidiu perguntar ao professor mais uns detalhes sobre a lenda que ele contara na aula passada, contudo este ao ser abordado pelo aluno, teve uma reacção estranha como senão se lembrasse de nada do que tinha contado na aula anterior.
Ricastin saiu da sala com a cabeça num turbilhão. Aquela súbita perda de memória do professor não era normal. A não ser que não tivesse realmente sido o professor que lhes tinha contado a lenda. E ao pensar isto Ricastin lembrou-se do olhar que o professor lhe mandara na altura em que lhes contou a lenda. Desta vez queria voltar a ter outro sonho, no sítio disforme, pois tinha umas questões a colocar.
Contudo nessa noite nada sonhou...

2 comentários:

  1. é quando desejamos sonhar algo , que aparentemente as memórias nos escapam no mundo onírico.

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  2. de facto o potencial está em todos.

    acho que não vejo perfeição em lado nenhum. mas talvez seja isso o que me faça um bom observador.



    filosofo de merda, pondo as filosofias num grau de questão na sua funcionalidade. muitas chegam a contrariar as leis da simplicidade e interpretação humana, dando voltas infinitas por labirintos. teorias de merda.

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